terça-feira, 29 de maio de 2012

Um poema para hoje

Espera

Eu sei que não é tarde.
Mas estendo-te os meus braços e não vens.
Olho as montanhas, o espaço, e espero,
E tu não vens.
Fito o céu onde agora sei que moras
Mas não te vejo.
Percorro caminhos inóspitos
Para ir ao teu encontro,
Mas não te vejo.
Sofro porque o meu desejo não se cumpre
E não escutas o que peço.

Parei.
Refleti e uma voz me sussurrou:
Ela está à tua espera.
És tu que tens de subir até ao degrau
Onde te aguarda para o amplexo eterno.

Aníbal José de Matos – Figueira da Foz – Portugal (Do seu livro Embarque em Sobressalto)

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Um poema para hoje



O fim do caminho



Que obstáculos?
A cada curva deparas com traições,
Com falsas amizades
E falsos argumentos.


Ingratidão e perfídias
São vulgares nessa caminhada,
Mas nada te demove no percurso,
O sofrimento até se te afigura colorido
Porque a guerra e a paz andam de mãos dadas!


Nada te perturba
Nesses controláveis declives!


Na verdade,
O que mais te preocupa
Não são os escolhos durante essa viagem,

Mas sim
O não conheceres o inimigo que se esconde
No fim desse caminho!


Aníbal José de Matos (Figueira da Foz – Portugal) – 18.maio.2012

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Um poema para hoje

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Um poema para hoje



Dunas


Figuras amargas do deserto
Da ingratidão,
Do desespero,
Da iniquidade.
Areias de sede e de angústias,
Esconderijos de miragens
E de ruturas.

País de desértica imensidão,
De vassalagens incoerentes
E despistes.
De agruras saltitantes
E entregas suicidas.
Onde eu moro e tu moras
Em depressões incontroláveis.


Quero fugir e não posso
Porque as dunas absorvem o infinito!

Aníbal José de Matos – Figueira da Foz  (Maio de 2012)



sábado, 5 de maio de 2012

Um poema para hoje


No dia dos teus anos


Silêncio.
Calem-se as gargantas,
Sufoquem os tremores da alvorada.
Deixem nascer o dia,
Deixem florescer a Primavera,
Que o dia dos teus anos seja o dealbar de nova era.


Silêncio.
Por um breve instante deixem que se ergam
Bem lá do fundo ou do alto não sei donde
As almas que se revêem no dia dos teus anos
Contemplando o luzir do teu olhar
Ao raiar da flor do teu encanto


Silêncio
Por um momento deixem que não ria
Que solenize no teu aniversário
Os primeiros passos duma aurora
Que desponta para uma eternidade
Bordada de mil desejos


No dia dos teus anos
Que nasças outra vez para que vivas
A vida que sonhaste.
Sorri agora. Olvida por instantes
As agruras que certamente não mereceste.
A vida talvez mereça ser vivida.


Aníbal José de Matos (Figueira da Foz – Portugal) 16.09.2000
 
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