De volta!
Das penedias sopra o calor do vento,
A aragem benfazeja do espírito,
O renovar das energias,
O sabor agridoce da montanha,
O perfume voluptuoso do amor,
O saudável amplexo do verde pinho.
O reflexo da história,
O ardor de batalhas sem temor.
A entrega, a dádiva, os extremos
De vidas persistentes na conquista,
O desejo de ir mais longe,
Em busca de trilhos mais distantes.
Ouço as trombetas da alvorada,
Em neblinas com sombras estridentes,
É Tondela que abre alas ao futuro,
Que abraça os rasgos do horizonte
E desfralda as bandeiras da vitória.
É o orgulho de passos bem cuidados.
E de volta a esta terra de Besteiros,
A minha outra mãe de terno olhar,
Recordo com saudade estes caminhos
Com a nostalgia de quem tem a certeza
De que os regressos se quedam espaçosos
À medida que os cabelos embranquecem.
Aníbal José de Matos
Tondela, 29 de abril de 2014