domingo, 12 de junho de 2016

Aníbal José de Matos



ESPERANÇA SEM SENTIDO

 

A esperança esvai-se entre meus dedos

Acossada por medos doentio

Que me roubam o discernimento

E impedem de divisar o horizonte

Limitando espaços e ternuras.

 

Invade-me a apatia

E remorsos forçam a entrada

Remoendo entranhas e minando artérias,

Entorpecendo saudades dolorosas

E avivando feridas entreabertas.

 

Ainda sonho em sorrir

Mas um rio de lágrimas

Dilata as margens do meu pranto

E as amarras que me tolhem

Impedem que te ame e encha teu regaço de flores.

 

Sombras aprisionam réstias da esperança

Que ainda vagueava sem sentido

Estupidamente à espreita dum regato

A transformar-se num mar

Que me levasse ao calor dos teus abraços.

 

Esperança que morre de tortura

À míngua do carinho do teu seio.
 
 
An+ibal Jos+e de Matos (Figueira da Foz)
 
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