ESPERANÇA SEM SENTIDO
A esperança esvai-se
entre meus dedos
Acossada por medos
doentio
Que me roubam o
discernimento
E impedem de divisar o
horizonte
Limitando espaços e
ternuras.
Invade-me a apatia
E remorsos forçam a
entrada
Remoendo entranhas e
minando artérias,
Entorpecendo saudades
dolorosas
E avivando feridas
entreabertas.
Ainda sonho em sorrir
Mas um rio de lágrimas
Dilata as margens do meu
pranto
E as amarras que me
tolhem
Impedem que te ame e
encha teu regaço de flores.
Sombras aprisionam réstias
da esperança
Que ainda vagueava sem
sentido
Estupidamente à espreita
dum regato
A transformar-se num mar
Que me levasse ao calor
dos teus abraços.
Esperança que morre de
tortura
À míngua do carinho do
teu seio.
An+ibal Jos+e de Matos (Figueira da Foz)