Caminho
Tenho sonhos cruéis; n’alma doente
Sinto um vago receio prematuro,
Vou a medo na aresta do futuro,
Embebido em saudades do presente…
Saudades desta dor que em vão procuro
Do peito afugentar bem rudemente,
Devendo, ao desmaiar sobre o poente,
Cobrir o coração dum véu escuro!...
Porque a dor, esta falta d’harmonia,
Toda a luz desgrenhada que alumia
As almas doidamente, o céu d’agora,
Sem ela o coração é quase nada:
Um sol onde expirasse a madrugada,
Porque é só madrugada quando chora.
Camilo Pessanha
Tenho sonhos cruéis; n’alma doente
Sinto um vago receio prematuro,
Vou a medo na aresta do futuro,
Embebido em saudades do presente…
Saudades desta dor que em vão procuro
Do peito afugentar bem rudemente,
Devendo, ao desmaiar sobre o poente,
Cobrir o coração dum véu escuro!...
Porque a dor, esta falta d’harmonia,
Toda a luz desgrenhada que alumia
As almas doidamente, o céu d’agora,
Sem ela o coração é quase nada:
Um sol onde expirasse a madrugada,
Porque é só madrugada quando chora.
Camilo Pessanha
Camilo Almeida Pessanha, de seu nome completo, nasceu em Coimbra a 7 de Setembro de 1867 e faleceu em Macau em 1 de Março de 1926.
Licenciou-se em Direito pela Faculdade de Coimbra, indo depois para Macau onde, no Liceu, exerceu as funções de professor de Filosofia Elementar.
Em 1900 foi nomeado conservador do registo predial de Macau e, posteriormente, juiz da comarca.
Escreveu, entre muitas obras, Caderno Poético de Camilo Pessanha, Ó meu coração torna para trás, Viola chinesa, Rosas de Inverno, Passou o Outono, já torna o frio, etc.
Licenciou-se em Direito pela Faculdade de Coimbra, indo depois para Macau onde, no Liceu, exerceu as funções de professor de Filosofia Elementar.
Em 1900 foi nomeado conservador do registo predial de Macau e, posteriormente, juiz da comarca.
Escreveu, entre muitas obras, Caderno Poético de Camilo Pessanha, Ó meu coração torna para trás, Viola chinesa, Rosas de Inverno, Passou o Outono, já torna o frio, etc.
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