terça-feira, 19 de janeiro de 2010

CECÍLIA MEIRELES


AQUELE QUE APROXIMA OS

QUE SEMPRE ESTARÃO


Aquele que aproxima os que sempre estarão
distantes e desunidos
e separa os que pareceriam
para sempre unidos e semelhantes
enxuga meus olhos
no alto da noite de mil direções.
Encostada a seu peito,
contemplo desfigurada
o negro curso da vida
como, um dia,
do alto de uma fortaleza
vi a solidão das pedras milenares
que desciam por suas arruinadas vertentes.

Cecília Meireles

Cecília Benevides de Carvalho Meireles, de seu nome completo, nasceu e morreu no Rio de Janeiro (Brasil), respectivamente em 7 de Novembro de 1901 e 9 de Novembro de 1964.
A exemplo de muitos poetas brasileiros, Cecília Meireles, que era filha de pais portugueses (naturais dos Açores), foi, a exemplo de grandes referências do país irmão, uma poetisa de incontrolável valor, assim como pintora, professora e jornalista.
Escreveu, entre muitas outras obras, Retrato Natural, Problemas de Literatura Infantil, Amor em Leonoreta, Poemas Escritos na Índia, Batuque, Pequeno Oratório de Santa Clara, Pistoia, Cemitério Militar Brasileiro, Canções, Giroflê, Giroflá, Romance de Santa Cecília, A Bíblia na Literatura Brasileira, A Rosa, Metal Rosicler e Panorama Folclórico de Açores, este em homenagem aos seus progenitores.

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