quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Fernanda Fernandes Figueiredo

Outono
.
Andam nos ares sons indefinidos
E os poentes tingem-se de sangue
Ligeira a brisa traz-nos os ruídos
Da terra seca, torturada e exangue
.
Cortam o céu em loucas revoadas
As aves inquietas pipilando
Seu instinto que as põe alvoraçadas
Pressente já que o frio vai chegando
.
Queimadas, turbilhonam sem cessar
Obedecendo às leis da mãe-natura
As folhas num conformado abandono
.
E nós, quedos, ficamos a olhar
Pensando que bem cedo há-de chegar
P'ra nós também, um dia, o triste Outono
.
Fernanda Fernandes Figueiredo, do livro "Ao sabor de ventos e marés" (Dezembro de 2002).
Natural da Figueira da Foz (freguesia de Tavarede), nasceu a 13 de Fevereiro de 1930.


Sem comentários:

 
contador online gratis