Prelúdio
Pela estrada desce a noite
Mãe-Negra, desce com ela...
Nem buganvílias vermelhas,
nem vestidinhos de folhos,
nem brincadeiras de guisos,
nas suas mãos apertadas.
Só duas lágrimas grossas,
em duas faces cansadas.
Mãe-Negra tem voz de vento,
voz de silêncio batendo
nas folhas do cajueiro...
Tem voz de noite, descendo,
de mansinho, pela estrada...
Que é feito desses meninos
que gostava de embalar?...
Que é feito desses meninos
que ela ajudou a criar?...
Quem ouve agora as histórias
que costumava contar?...
Mãe-Negra não sabe nada...
Mas ai de quem sabe tudo,
como eu sei tudo
Mãe-Negra!...
Os teus meninos cresceram,
e esqueceram as histórias
que costumavas contar...
Muitos partiram p'ra longe,
quem sabe se hão-de voltar!...
Só tu ficaste esperando,
mãos cruzadas no regaço,
bem quieta bem calada.
É a tua a voz deste vento,
desta saudade descendo,
de mansinho pela estrada..
Alda Lara
(Alda Ferreira Pires Barreto de Lara, de seu nome completo. Nasceu em Benguela, Angola, em 9 de Junho de 1930, falecendo em Cambambe, Angola, a 30 de Janeiro de 1962).
Muito nova foi para Lisboa onde concluiu o 7.º ano do Liceu. Frequentou as Faculdades de Medicina de Lisboa e Coimbra, onde se licenciou. Em Lisboa esteve ligada a algumas das atividades da Casa dos Estudantes do Império. Declamadora, chamou a atenção para os poetas africanos.
Depois da sua morte, a Câmara Municipal de Sá da Bandeira (Angola) instituiu o Prémio Alda Lara para poesia.
Orlando Albuquerque propôs-se editar-lhe postumamente toda a obra e nesse caminho reuniu e publicou um volume de poesias e um caderno de contos. Colaborou em alguns jornais ou revistas, incluindo a Mensagem (CEI).
É autora de Testamento, Presença africana, Anúncio, Prelúdio, Ronda, e Poemas que eu escrevi na areia .
A poesia que hoje publico tornou-se um êxito pela voz do cantor Paulo de Carvalho.
Pela estrada desce a noite
Mãe-Negra, desce com ela...
Nem buganvílias vermelhas,
nem vestidinhos de folhos,
nem brincadeiras de guisos,
nas suas mãos apertadas.
Só duas lágrimas grossas,
em duas faces cansadas.
Mãe-Negra tem voz de vento,
voz de silêncio batendo
nas folhas do cajueiro...
Tem voz de noite, descendo,
de mansinho, pela estrada...
Que é feito desses meninos
que gostava de embalar?...
Que é feito desses meninos
que ela ajudou a criar?...
Quem ouve agora as histórias
que costumava contar?...
Mãe-Negra não sabe nada...
Mas ai de quem sabe tudo,
como eu sei tudo
Mãe-Negra!...
Os teus meninos cresceram,
e esqueceram as histórias
que costumavas contar...
Muitos partiram p'ra longe,
quem sabe se hão-de voltar!...
Só tu ficaste esperando,
mãos cruzadas no regaço,
bem quieta bem calada.
É a tua a voz deste vento,
desta saudade descendo,
de mansinho pela estrada..
Alda Lara
(Alda Ferreira Pires Barreto de Lara, de seu nome completo. Nasceu em Benguela, Angola, em 9 de Junho de 1930, falecendo em Cambambe, Angola, a 30 de Janeiro de 1962).
Muito nova foi para Lisboa onde concluiu o 7.º ano do Liceu. Frequentou as Faculdades de Medicina de Lisboa e Coimbra, onde se licenciou. Em Lisboa esteve ligada a algumas das atividades da Casa dos Estudantes do Império. Declamadora, chamou a atenção para os poetas africanos.
Depois da sua morte, a Câmara Municipal de Sá da Bandeira (Angola) instituiu o Prémio Alda Lara para poesia.
Orlando Albuquerque propôs-se editar-lhe postumamente toda a obra e nesse caminho reuniu e publicou um volume de poesias e um caderno de contos. Colaborou em alguns jornais ou revistas, incluindo a Mensagem (CEI).
É autora de Testamento, Presença africana, Anúncio, Prelúdio, Ronda, e Poemas que eu escrevi na areia .
A poesia que hoje publico tornou-se um êxito pela voz do cantor Paulo de Carvalho.
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