sábado, 24 de abril de 2010

João Roiz de Castel-Branco

Cantiga Sua Partindo-se

Senhora, partem tão tristes
Meus olhos por vós, meu bem,
Que nunca tão tristes vistes
Outros nenhuns por ninguém.

Tão tristes, tão saudosos,
Tão doentes da partida,
Tão cansados, tão chorosos,
Da morte tão desejosos
Cem mil vezes que da vida.

Partem tão tristes os tristes
Tão fora de esperar bem,
Que nunca tão tristes vistes
Outros nenhuns por ninguém.

João Roiz de Castell-Branco

Ignoram-se as datas precisas de nascimento e morte de João Roiz de Castell-Branco, mas é seguro afirmar que este homónimo de Amato Lusitano terá vivido entre finais de Quatrocentos e as primeiras décadas do séc.XVI. Fidalgo da Casa Real de D.Manuel (e, por morte deste, de D.João III), chegou a desempenhar o cargo de contador da fazenda da Beira, para o qual foi nomeado em 1515.
A obra poética de João Roiz de Castell - Branco, hoje conhecida, resume-se a quatro composições incluídas no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende.
In: BIBLOS - Enciclopédia Verbo das Literaturas de Língua Portuguesa - 1995

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