Ao mundo esconde o Sol
Ao mundo esconde o Sol seus resplendores
E a mão da noite embrulha os horizontes;
Não cantam aves, não murmuram fontes,
Não fala Pã na boca dos pastores,
Atam as ninfas, em lugar de flores,
Mortais ciprestes sobre as tristes frontes;
Erram, chorando, nos desertos montes,
Sm arcos, sem aljavas, os Amores.
Vénus, Palas e as filhas da Memória,
Deixando os grandes templos esquecidos,
Não se lembram de altares nem de glória.
Andam os elementos confundidos:
Ah, Jónia, dia de vitória
Sempre o mais triste foi para os vencidos!
Alvarenga Peixoto
Inácio José de Alvarenga Peixoto, natural do Rio de Janeiro (Brasil), onde nasceu em 1743, licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra, exercendo em Sintra (Portugal) o cargo de Juiz de Fora. Regressado ao Brasil, foi senador pela cidade de São João del-Rei, Minas Gerais e ouvidor de Rio das Mortes.
Foi poeta de grande valor embora com poucas obras editadas.
1 comentário:
Sem arcos nao sm arcos ok
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