domingo, 28 de março de 2010

Aníbal José de Matos

Pedras soltas

Descalço
Caminho sobre as pedras
Da calçada
Que apesar
De aguçadas não me ferem,
Porque olho mais além
Por cima das estrelas.

Magoam-me, sim, as palavras
Que auguram
Cenários de amargura.

Piso as pedras do caminho,
Como flores
Que desabrocham
E perfumam minha dor.

Porque o meu olhar está distante.

Acaricio a berma das estradas
Que me afastam do choro
Dos que sofrem
Pelas pedras que a vida
Lhes atira
Sem dó nem piedade.

Aníbal José de Matos – Figueira da Foz (Portugal) –
27 de Março de 2010


Esta poesia acaba de ser publicada no blogue "CURRUPIÃO [ave canora do Brasil]", do meu companheiro de S. Paulo - Brasil, Júlio Saraiva.
Grato pela deferência.

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