DEUS BRASILEIRO
“Tambor está velho de gritar
ó velho deus dos homens
deixa-me ser tambor
corpo e alma só tambor
só tambor gritando na noite quente
dos trópicos.”
- José Craveirinha -
“Abre as cortinas do passado,
Tira a Mãe Preta do cerrado
Põe o Rei Congo no congado.
Brasil... Brasil...”
- Aquarela do Brasil, de Ary Barroso -
o meu deus é brasileiro
não chegou em caravela
veio num navio negreiro
de luanda de benguela
o meu deus é brasileiro
fala nagô fala tupi
pois que tupã mais olorum
por bem fundiram-se num só
contra o mal do cativeiro
a mesma dor nenhuma dó
o meu deus é capoeira
e de arco e flecha também é
é cipó pemba e aroeira
briga na mão briga no pé
não é deus de brincadeira
o que alimenta a minha fé
este meu deus não é de amém
este meu deus é deus de axé
deu-me sangue de floresta
e uma alma boa de tambor
coração lá na senzala
fez do sofrimento a festa
sem esquecer nunca do horror
do tronco do pelourinho
e do maldito do feitor
o meu deus vem do quilombo
tá no chão não nos altares
não se entrega a qualquer tombo
manda tudo pelos ares
nesta terra de palmeiras
fez a história de palmares
o meu deus é deus de ginga
o meu deus é deus de jongo
foge pra lá diogo cão
mais respeito ao rei do congo
o meu deus é brasileiro
e vai do oiapoque ao chuí
é o deus de macunaíma
deus de ceci deus de peri
o meu deus é o de dandara
este meu deus é o de zumbi
Júlio Saraiva, São Paulo, Brasil (recebido por e-mail)
“Tambor está velho de gritar
ó velho deus dos homens
deixa-me ser tambor
corpo e alma só tambor
só tambor gritando na noite quente
dos trópicos.”
- José Craveirinha -
“Abre as cortinas do passado,
Tira a Mãe Preta do cerrado
Põe o Rei Congo no congado.
Brasil... Brasil...”
- Aquarela do Brasil, de Ary Barroso -
o meu deus é brasileiro
não chegou em caravela
veio num navio negreiro
de luanda de benguela
o meu deus é brasileiro
fala nagô fala tupi
pois que tupã mais olorum
por bem fundiram-se num só
contra o mal do cativeiro
a mesma dor nenhuma dó
o meu deus é capoeira
e de arco e flecha também é
é cipó pemba e aroeira
briga na mão briga no pé
não é deus de brincadeira
o que alimenta a minha fé
este meu deus não é de amém
este meu deus é deus de axé
deu-me sangue de floresta
e uma alma boa de tambor
coração lá na senzala
fez do sofrimento a festa
sem esquecer nunca do horror
do tronco do pelourinho
e do maldito do feitor
o meu deus vem do quilombo
tá no chão não nos altares
não se entrega a qualquer tombo
manda tudo pelos ares
nesta terra de palmeiras
fez a história de palmares
o meu deus é deus de ginga
o meu deus é deus de jongo
foge pra lá diogo cão
mais respeito ao rei do congo
o meu deus é brasileiro
e vai do oiapoque ao chuí
é o deus de macunaíma
deus de ceci deus de peri
o meu deus é o de dandara
este meu deus é o de zumbi
Júlio Saraiva, São Paulo, Brasil (recebido por e-mail)
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