Pastoral
Pastora dos olhos que cismam cuidados
Foi gosto de Deus
Fugirem meus gados
P’ra junto dos teus!
Ao longo dos ermos, formosa, divagas
Dice Aparição!
(E cerram-se as chagas
Do meu coração…)
Já eu te sonhara, bem antes da hora
Feliz, de te ver,
Em tudo que inflora
No Sol a romper!
Morena zagala dos olhos castanhos
E trémula voz:
Não sei dos rebanhos…
Quedamos a sós…
Do ocaso falecem as últimas brasas
Em murmuras preces…
Desdobras as asas;
Sorrindo, esplandeces!
Sorris e despontam, nos secos restolhos,
As Graças mais belas…
Ah, beijar teus olhos:
Beber luz de estrelas!
Mário Beirão
Mário Pires Gomes Beirão, de seu nome completo, nasceu em Beja a 1 de Maio de 1892, e faleceu em Lisboa em 19 de Fevereiro de 1965. Era licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa.
Este poema foi extraído do seu livro Novas Estrelas, que recebeu em 1940 o Prémio Ricardo Malheiros.
Autor doutras obras como Ausente, Lusitânia, Pastorais, A Noite Humana, Mar de Cristo, etc.
Foi gosto de Deus
Fugirem meus gados
P’ra junto dos teus!
Ao longo dos ermos, formosa, divagas
Dice Aparição!
(E cerram-se as chagas
Do meu coração…)
Já eu te sonhara, bem antes da hora
Feliz, de te ver,
Em tudo que inflora
No Sol a romper!
Morena zagala dos olhos castanhos
E trémula voz:
Não sei dos rebanhos…
Quedamos a sós…
Do ocaso falecem as últimas brasas
Em murmuras preces…
Desdobras as asas;
Sorrindo, esplandeces!
Sorris e despontam, nos secos restolhos,
As Graças mais belas…
Ah, beijar teus olhos:
Beber luz de estrelas!
Mário Beirão
Mário Pires Gomes Beirão, de seu nome completo, nasceu em Beja a 1 de Maio de 1892, e faleceu em Lisboa em 19 de Fevereiro de 1965. Era licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa.
Este poema foi extraído do seu livro Novas Estrelas, que recebeu em 1940 o Prémio Ricardo Malheiros.
Autor doutras obras como Ausente, Lusitânia, Pastorais, A Noite Humana, Mar de Cristo, etc.
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