Cala-te ...
Cala-te, voz que duvida
e me adormece
a dizer-me que a vida
nunca vale o sonho que se esquece.
Cala-te, voz que assevera
e insinua
que a primavera
a pintar-se de lua
nos telhados,
só é bela
quando se inventa
de olhos fechados
nas noites de chuva e de tormenta.
Cala-te, sedução
desta voz que me diz
que as flores são imaginação
sem raiz.
Cala-te, voz maldita
que me grita
que o sol, a luz e o vento
são apenas o meu pensamento
enlouquecido…
(E sem a minha sombra
o chão tem lá sentido!)
Mas canta tu, voz desesperada
que me excede.
E ilumina o Nada
Com a minha sede.
José Gomes Ferreira
José Gomes Ferreira, nasceu no Porto em 9 de Junho de 1900 e faleceu em Lisboa a 8 de Fevereiro de 1985.
Entre muitas obras, legou-nos os seguintes trabalhos poéticos: “Lírios do Monte”, “Longe”, “Marchas, Danças e Canções”, “Poesia I. II, III, IV e V”, e “Poesia Militante I, II e III”.
Cala-te, voz que duvida
e me adormece
a dizer-me que a vida
nunca vale o sonho que se esquece.
Cala-te, voz que assevera
e insinua
que a primavera
a pintar-se de lua
nos telhados,
só é bela
quando se inventa
de olhos fechados
nas noites de chuva e de tormenta.
Cala-te, sedução
desta voz que me diz
que as flores são imaginação
sem raiz.
Cala-te, voz maldita
que me grita
que o sol, a luz e o vento
são apenas o meu pensamento
enlouquecido…
(E sem a minha sombra
o chão tem lá sentido!)
Mas canta tu, voz desesperada
que me excede.
E ilumina o Nada
Com a minha sede.
José Gomes Ferreira
José Gomes Ferreira, nasceu no Porto em 9 de Junho de 1900 e faleceu em Lisboa a 8 de Fevereiro de 1985.
Entre muitas obras, legou-nos os seguintes trabalhos poéticos: “Lírios do Monte”, “Longe”, “Marchas, Danças e Canções”, “Poesia I. II, III, IV e V”, e “Poesia Militante I, II e III”.
Sem comentários:
Enviar um comentário