Ventura…
Essa casinha branca e sossegada
Que eu outrora sonhei haver um dia,
E em que eu fosse rainha e fosse fada
Dedicando-te amor, minha alegria,
Essa casinha branca e bem cuidada
Em que pairasse uma etérea harmonia,
Humilde sim, e onde eu visse encantada
Meu ninho de ventura e de poesia.
Em vão a procurei… Sempre distante
Quanto eu mais a buscava, mais fugia,
Só me deixando o tédio vago e triste…
Mas… o que esperava eu mais? Eis que ofegante
Eu pergunto a mim mesma… se sabia
Que a almejada ventura não existe?
Maria de Jesus (1937)
Maria de Jesus, de seu nome completo Maria Maximina Figueiredo de Jesus, nasceu em Lisboa em 1899, falecendo na Figueira da Foz, para onde foi viver desde tenra idade, em 15 de Janeiro de 1978.
Foi uma poetisa de reconhecido mérito no seu tempo, publicando três livros: “Musa Singela”, “O Enforcado” e “Pela Pátria”.
Colaborou na imprensa figueirense, com muita assiduidade, destacando-se a poesia que publicou na revista “Álbum Figueirense”.
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