quinta-feira, 26 de agosto de 2010

POESIA

I N T E R V A L O

POESIA segue dentro de momentos...

Saudações aos meus 26 seguidores e a todos os visitantes.

Vou ausentar-me por uns dias, contando regressar a 2 de setembro.

Até já.

domingo, 22 de agosto de 2010

Blogosfera


Este blogue faz parte da recém-criada Associação de Blogs e Bloggers da Figueira da Foz

sábado, 21 de agosto de 2010

Rio Grande



O Dia do Nó

Era quase meio-dia
'A noiva está a chegar'
O padre com bonomia
Faz sinal à galeria
A função vai começar
O povo pôs-se em sentido
Nós à frente lado a lado
Estava tudo bem vestido
Ela de branco e comprido
Eu com um fato riscado
O sermão chegou ao fim
Alianças com o nome
Quando gastou o latim
Dissemos os dois que sim
Já estava tudo com fome
Nos retratos com fogacho
À saída da Igreja
Os chegados mais em baixo
Os outros ficam em cacho
Isto tudo salvo-seja
Está na hora do cortejo
Também tem os seus preceitos
As mulheres mandam um beijo
Os homens lembram desejo
Todos atiram confeitos
Com ervas que nem eu sei
Os comeres são temperados
Parece a mesa de um rei
E antes que o vinho almareie
Canta-se aos recém-casados

Rio Grande

Rio Grande, foi um grupo musical português fundado em 1996, constituído por Rui Veloso, Tim (Xutos & Pontapés), João Gil (Ala dos Namorados e Filarmónica Gil), Jorge Palma, Vitorino e João Monge, que alcançou uma considerável popularidade em Portugal, gravando dois CD’s: "Rio Grande" (1996) e "Dia de Concerto" (1998), obtendo o primeiro quatro vezes disco de platina.

Chico Xavier


Se eu morrer antes de você

Se eu morrer antes de você,
faça-me um favor:
Chore o quanto quiser,
mas não brigue com Deus
por Ele haver me levado.
Se não quiser chorar, não chore.
Se não conseguir chorar,
não se preocupe.
Se tiver vontade de rir, ria.
Se alguns amigos contarem
algum facto a meu respeito,
ouça e acrescente sua versão.
Se me elogiarem demais, corrija o exagero.
Se me criticarem demais, defenda-me.
Se me quiserem fazer um santo,
só porque morri,
mostre que eu tinha um pouco de santo,
mas estava longe
de ser o santo que me pintam.
Se me quiserem fazer um demónio,
mostre que eu talvez tivesse um pouco
de demónio, mas que a vida
inteira eu tentei ser bom e amigo.
Espero estar com Ele o suficiente para
continuar sendo útil a você, lá onde estiver.
E se tiver vontade de escrever
alguma coisa sobre mim,
diga apenas uma frase:
- "Foi meu amigo,
acreditou em mim
e me quis mais perto de Deus!"
- Aí, então, derrame uma lágrima.
Eu não estarei presente para enxugá-la,
mas não faz mal.
Outros amigos farão isso no meu lugar.
E, vendo-me bem substituído,
irei cuidar de minha nova tarefa no céu.
Mas, de vez em quando,
dê uma espiadinha na direção de Deus.
Você não me verá, mas eu ficaria muito feliz
vendo você olhar para Ele.
E, quando chegar a sua vez de ir para o Pai,
aí, sem nenhum véu a separar a gente,
vamos viver, em Deus,
a amizade que aqui nos preparou para Ele.
Você acredita nessas coisas?
Então ore para que nós vivamos
como quem sabe que vai morrer um dia,
e que morramos como
quem soube viver direito.
Amizade só faz sentido se traz o céu
para mais perto da gente,
e se inaugura aqui mesmo o seu começo.
Mas, se eu morrer antes de você,
acho que não vou estranhar o céu...
"Ser seu amigo...
já é um pedaço dele..."
Chico Xavier

Francisco de Paula Cândido Xavier, nasceu em Pedro Leopoldo (Brasil), em 2 de abril de 1920 e faleceu em Uberaba, a 30 de junho de 2002).

segunda-feira, 16 de agosto de 2010


Feitiço do tempo

Fazes parte do meu imaginário
Como uma jóia num relicário.
Sublime como obra de arte
A mais rara de um museu.
És tudo o que me resta,
És como o último minuto
Que falta para o fim do dia.
Vejo-te como um talismã
Que já não tem amanhã
Porque o amanhã não existe.
És como o eterno feitiço
Do tempo que está a acabar.

Subo ao mais alto monte
Para ver a planície.
Resume-se o horizonte
Ao vento que sopra e passa
Como um rosto que sorrisse
Sem fazer um movimento.
Um movimento leve, leve,
Tão infinitamente leve
Como a alva e pura neve
Que há muito deixou de cair...

É o fim de um longo dia
Que ainda ontem começou
Com um calor tão intenso
Que hoje até me convenço
Que meu corpo alimentou
Com o mais vivo lume
Que queima como o ciúme.

Mas na vida tudo parte
Sem magia, sem mais arte...
Tudo passa
Tão sem graça
Que me dói o coração.
Dói-me sem mais razão
Porque o segredo
Que guardo com tanto apego
É como o feitiço do tempo!

Olho este mundo corrupto
Sem dar qualquer atributo
Que não saibas possuir.
Sinto em mim um sério medo
Porque ainda é muito cedo
Para te dizer: “Vou partir.”

Minha alma não contesta
O fraco amor que lhe resta...
No monte mais alto do mundo
Continuo a ver a imagem
Que me arrastou num segundo
Para a mais louca viagem.

Hoje nada mais me resta
Senão a lembrança da festa
E nada mais do que isso!...

Guardo no pensamento
Esse amor como feitiço,
Como um feitiço do tempo.

Filipa Duarte (Poetisa de Tondela)

quarta-feira, 11 de agosto de 2010


SONHO VERSUS REALIDADE


Deixem-me sonhar e rir
Embebedar-me em rios de desejo
E rolar entre campos azuis de miosótis.

Deixem-me voar com asas de esperança,
Pairando sobre rotas sublimes!

Deixem-me acreditar que vivo
E não percorro áleas de quimera.

Deixem-me sonhar e rir!

Que ao menos este sonho que eu sonho,
Ao despertar
Me legue a ternura dum sorriso
No oásis do nosso desencanto.

Aníbal José de Matos - 1992

domingo, 1 de agosto de 2010

Filipa Duarte



A Poesia

A poesia nasce, não se aprende,
É algo que brota do nosso seio,
Tão forte, como acha que acende
E torna Belo o que parece feio.

Quantas vezes o mundo não entende,
E vê vazio no que está cheio.
Há sempre um humano que se rende
E crê que a poesia é um anseio.

O sentir é quase Universal,
Difícil é, por vezes, escrevê-lo.
É uma tentativa racional!

O arranjo final é sempre belo,
Vem de dentro de nós, é natural,
Voa-se no espaço, ao fazê-lo...

Filipa Duarte, in Sons e Ecos, 1991
 
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