Feitiço do tempo
Fazes parte do meu imaginário
Como uma jóia num relicário.
Sublime como obra de arte
A mais rara de um museu.
És tudo o que me resta,
És como o último minuto
Que falta para o fim do dia.
Vejo-te como um talismã
Que já não tem amanhã
Porque o amanhã não existe.
És como o eterno feitiço
Do tempo que está a acabar.
Subo ao mais alto monte
Para ver a planície.
Resume-se o horizonte
Ao vento que sopra e passa
Como um rosto que sorrisse
Sem fazer um movimento.
Um movimento leve, leve,
Tão infinitamente leve
Como a alva e pura neve
Que há muito deixou de cair...
É o fim de um longo dia
Que ainda ontem começou
Com um calor tão intenso
Que hoje até me convenço
Que meu corpo alimentou
Com o mais vivo lume
Que queima como o ciúme.
Mas na vida tudo parte
Sem magia, sem mais arte...
Tudo passa
Tão sem graça
Que me dói o coração.
Dói-me sem mais razão
Porque o segredo
Que guardo com tanto apego
É como o feitiço do tempo!
Olho este mundo corrupto
Sem dar qualquer atributo
Que não saibas possuir.
Sinto em mim um sério medo
Porque ainda é muito cedo
Para te dizer: “Vou partir.”
Minha alma não contesta
O fraco amor que lhe resta...
No monte mais alto do mundo
Continuo a ver a imagem
Que me arrastou num segundo
Para a mais louca viagem.
Hoje nada mais me resta
Senão a lembrança da festa
E nada mais do que isso!...
Guardo no pensamento
Esse amor como feitiço,
Como um feitiço do tempo.
Filipa Duarte (Poetisa de Tondela)
Fazes parte do meu imaginário
Como uma jóia num relicário.
Sublime como obra de arte
A mais rara de um museu.
És tudo o que me resta,
És como o último minuto
Que falta para o fim do dia.
Vejo-te como um talismã
Que já não tem amanhã
Porque o amanhã não existe.
És como o eterno feitiço
Do tempo que está a acabar.
Subo ao mais alto monte
Para ver a planície.
Resume-se o horizonte
Ao vento que sopra e passa
Como um rosto que sorrisse
Sem fazer um movimento.
Um movimento leve, leve,
Tão infinitamente leve
Como a alva e pura neve
Que há muito deixou de cair...
É o fim de um longo dia
Que ainda ontem começou
Com um calor tão intenso
Que hoje até me convenço
Que meu corpo alimentou
Com o mais vivo lume
Que queima como o ciúme.
Mas na vida tudo parte
Sem magia, sem mais arte...
Tudo passa
Tão sem graça
Que me dói o coração.
Dói-me sem mais razão
Porque o segredo
Que guardo com tanto apego
É como o feitiço do tempo!
Olho este mundo corrupto
Sem dar qualquer atributo
Que não saibas possuir.
Sinto em mim um sério medo
Porque ainda é muito cedo
Para te dizer: “Vou partir.”
Minha alma não contesta
O fraco amor que lhe resta...
No monte mais alto do mundo
Continuo a ver a imagem
Que me arrastou num segundo
Para a mais louca viagem.
Hoje nada mais me resta
Senão a lembrança da festa
E nada mais do que isso!...
Guardo no pensamento
Esse amor como feitiço,
Como um feitiço do tempo.
Filipa Duarte (Poetisa de Tondela)
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