segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Um poema para hoje

Mais um ano, mais um dia
Mais um ano, mais um dia,
Mais uma volta na vida,
Um passado no presente
Num futuro permanente
E uma ansiedade constante.
 
Tempo que passa vertendo
As torrentes de amargura
Dum pesadelo que aponta
O dia que já não tarda.
 
Aníbal José de Matos – Figueira da Foz – Portugal -
31 de dezembro de 2012 -

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Natal

(Medalha da autoria de David Oliveira)
 
NATAL SIMPLES
 
Corre o tempo, corre o vento, corre o mar,
Corre a vida repartida de emoções,
Corre a esperança e o sentimento de querer
Que a paz nos invada os corações.
 
 
Dois mil anos se passaram !
Será que a mensagem se perdeu ?
Será que os homens não mudaram
E a nossa alma quase arrefeceu ?
 
 
Será que foi em vão que Deus nos deu
Seu Filho ? Será que continuamos esquecidos
De que a vida terrena é efémera
E que só no Além seremos redimidos ?
 
 
Porquê sermos ingratos
Para Quem nos quis livrar de todo o mal ?
Saibamos eternamente  agradecer
O dia inesquecível do Natal.
 
 
Aníbal José de Matos
Natal de 2000

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

POESIA

6 4 0 0 0
 
 
 "POESIA", este vosso blogue criado em 18 de novembro de 2008, registou hoje a presença do visitante 64 000, um número que penso ser considerável levando em linha de conta as caraterísticas deste tipo de expressão, que nem todos apreciam, sendo por demais conhecida a noção de que se trata do parente pobre da literatura num país que teve como expoente máximo Luís de Camões.
O meu agradecimento muito sincero a quantos continuam a dispensar a sua atenção a este formato cultural.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Um poema para hoje


Heras

 
A derrocada levou consigo as heras
Que escorriam pelo tronco
Da árvore do entardecer.
O verde da floresta
Encobriu o brilho dos teus olhos
Que transmitiam ternura.

 
Mas na amálgama das folhas
Derrubadas pelo outono,
Ainda surge o encanto do teu rosto.
Só que as tuas mãos vazias
Transmitem tão somente
Um mundo de mistério a desvendar. 

 
Aníbal José de Matos – Figueira da Foz - Portugal (Dezembro de 2012)

 

 

 

 

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Um poema para hoje


Inútil
 
Eu queria ser mais alto do que as ondas
Onde vagueia a sede de desejo
Com que rasgas o azul do meu tormento.
Mas sei que é inútil a minha luta
Porque foges entre o verde
Que transforma a tua silhueta
E esconde de mim o teu sorriso.
 
Diz-me a razão por que percorres
Essa rota desenhada pelo sol
Que me cega, consome e traz-me dor.
Se não me queres é porque a hora
Em que podia dar-te amor
É tardia e as nuvens não demoram a chegar.
 
Aníbal José de Matos (Figueira da Foz - Portugal)

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Poesia

"Visitas" ao bloco operatório de uma clínica de Coimbra, agravada com uma dolorosa tendinite, têm-me impedido de dar a habitual continuidade a POESIA.
Se Deus quiser, dentro em breve retomarei o trabalho que fui obrigado a interromper.
Obrigado pelo apoio que muitos amigos me têm dado nesta situação.
Até já.
Aníbal José deMatos

domingo, 21 de outubro de 2012

Um poema para hoje


Demora

Com a porta entreaberta, calmamente
Esperei por ti, mas o momento
De te abraçar doce e ternamente
Quedou-se na ilusão como um tormento.

Ainda sonhei que de mansinho
No decorrer da noite já fechada
Viesse até mim o teu carinho,
Mas tudo se desfez num triste nada.

O tempo não perdoa e vai passando,
E a alma não resiste, vai penando,
Porque a noite é longa, e a esperança

Por mais que se resista, por mais forte
Que seja na procura desse norte,
Por muito que se queira, também cansa.

 
Aníbal José de Matos (Figueira da Foz - Portugal - 21 de outubro de 2012)

 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Um poema para hoje

Pesadelo
 
No declive da noite rasgam-se alvoradas,
E nas enseadas do leito descansam os feitiços
Testemunhas de dores incontroláveis.
O sonho entrelaça-se na mente
Da imensidão de odores sem rumo.
 
É o momento da dor e da agonia
Que espreitam em correntes de luz
A esperança do erguer sem sombras.
De manhã contornam-se as esquinas
Dum dia que apagou vésperas de destino.
 
Aníbal José de Matos (Figueira da Foz – Portugal)

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Um poema para hoje

Abismo
Se as escarpas da vida nos conduzem ao abismo,
As escadas do amor levam-nos a Deus.
E se o infinito é uma incógnita,
O azul do céu é uma porta de esplendor.
E se as aves voam entre as estrelas,
O meu amor voa entre as tuas mãos.
O ocaso é o rumo dos meus passos.
O desconhecido mora no temor
De mil portas apenas com uma chave
Guardada na alma de quem ora.
 
Aníbal José de Matos – Outubro de 2012 - (Figueira da Foz – Portugal)

sábado, 6 de outubro de 2012

Um poema para hoje


Hoje não há luar

 

Os frutos silvestres que me deste

Numa noite luarenta de Janeiro,

Tiveram o sabor das madrugadas.

Da tua boca saltaram rosas

Que traziam o perfume

De amoras colhidas na noite das mil cores.

E as estrelas sorriram pelo prazer

Que me ofereceste.

 

Hoje não há luar e a escuridão

Não deixa ver silvas nem roseiras.

 

Aníbal José de Matos (Figueira da Foz – Portugal)

 

sábado, 8 de setembro de 2012

Um poema para hoje


Se não rainha, princesa!

 

Não nasceu em terras de sua Majestade,

O primeiro olhar quedou-se entre arvoredos

Onde a história ainda decorre

A contar feitos valorosos.

Beira Alta é o seu mundo,

Terra de Besteiros o seu berço,

A poesia o seu altar!

 

Não é de Lencastre nem rainha,

Se bem que Filipa de seu nome.

Princesa sim entre os poetas,

Porque suas armas são os versos.

Canta a natureza, os seus valores,

Da alma transpira sua lira

Que sofre amarguras escondidas.

 

De letras faz a vida,

Constrói a harmonia das palavras

Em ternura e lágrimas que saltitam

Entre escombros que tenta transformar

Em sorrisos cativantes.

É princesa verdejante

Num jardim que não vive só de sombras.

 

Aníbal José de Matos – Tondela, 5 de Setembro de 2012

 

 

 

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Um poema para hoje


Ao tom dela

 

Só, nesta vale onde em tempos

Ao tom dela sangrentos combates se travaram,

Ouço o eco da tua voz

Oriunda lá dos cantos do Casal

Onde esta terra e tu viram a luz do mundo.

 

Mãe,

Assim como preencheste a minha vida

Dando-me o ser,

Aqui, entre besteiros, não a guerra mas sim o teu amor,

Me contemplam, oferecendo-me carinho e paz.

 

Já não estou tão só,

Porque te ouço e diviso os teus passos

Em direcção à minha vida.

Mãe, obrigado por me acompanhares

Na jornada que um dia me levará de novo ao teu seio.

 

E voltarei aos teus braços,

Gritando-te carinhosamente:

Mãe, nunca te esqueci,

E também direi bem alto

Que bom pisar a terra onde nasceste.

 

Aníbal José de Matos, Tondela, 2 de Setembro de 2012.

 

 

 

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Um poema para hoje

Rosa Vermelhas

Por entre as minhas mãos perpassam rosas,
Flores colhidas de insólito jardim,
Ramos trazidos por outras carinhosas
De alguém, sei se mesmo para mim!

E recordo tantas rosas que já vi,
Tantas flores em caminhos que trilhei,
Frescos jardins que na vida percorri,
Qual deles o mais belo que pisei!

Mas as rosas que vejo entre meus dedos,
Pétalas mil pejadas de segredos
Trocados nos jardins donde vieram,

São das flores mais lindas que encontrei,
Rosas vermelhas dum sonho que sonhei!
Deus abençoe as mãos que m'as trouxeram.

Aníbal José de Matos (Figueira da Foz - Portugal)

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Um poema para hoje


Dicotomia



Gostava de te conhecer

Mas escondes-te na penumbra da solidão

Que amarfanha os deslizes do destino.

És sombra e claridade

Numa dicotomia insana.

Percorres caminhos sem risco

Às escondidas do meu universo.



Gostava de te conhecer

Mas pisas areias movediças

Sem que abandones as paredes do insensato.



Aníbal José de Matos (Figueira da Foz – Portugal)


quinta-feira, 19 de julho de 2012

Férias

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Um poema para hoje

Imagem da net


O túnel

Rasga esse véu com que te escondes,

Olha bem de frente a claridade

E rompe a escuridão dessa mentira

Que não é tua.

Levanta bem os olhos que a estrelas

Querem ver o teu rosto de menina.



Não transformes a vida no túnel

Que percorre estilhaços de ruínas

Que alguém esqueceu pelos caminhos

Despidos de heras e arbustos.

Ali está o teu sonho

Sem disfarces nem negrume.



Aníbal José de Matos (Figueira da Foz – Portugal – Julho de 2012)

terça-feira, 3 de julho de 2012

Um poema para hoje


Desejo


Adensa-se a bruma nos meus olhos

Mas ainda te vejo nos meus sonhos.

Abraço-te na penumbra do espírito

Toldado pela mágoa da saudade.

Corro ao desafio com as águas

Em que se afundam as ideias

Das brandas madrugadas,

Em que as pegadas do desejo

Se fundiram nas areias movediças.



Quero ver-te mas só o sonho me conduz.

Quero tocar-te,

Mas as minhas mãos esfumam-se

Entre a neblina que te esconde.



Aníbal José de Matos – Figueira da Foz - Portugal

terça-feira, 26 de junho de 2012

Quadras soltas

A vida são dois dias


Qu'importa que a vida seja
dois dias como se diz,
se um dia p'ra que te veja
me basta p'ra ser feliz.


Ser poeta


A solidão traz consigo
esta sensação pateta
de não saber o que digo
e de me julgar poeta!


Amor sem chama

Mal de quem chora e não ama,
mal de quem ama e não chora,
ou já o amor não tem chama
ou de vez se foi embora.


Não invejes a riqueza


Não invejes a riqueza
sem trabalho nem canseira;
muitas vezes é pobreza
vestida à sua maneira..


Aníbal José de Matos (Figueira da Foz - Portugal - 1989).

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Um poema para hoje




O fim do dia

O fim da tarde não é o fim do dia.
A noite é um mar de promessas
Entre risos e verdades
Que o alvorecer não apaga.
O presente é um novo dia,
Onde se cruzam paixões
Que garantem o porvir.

Estar aqui é tão-somente
A garantia de que amanhã
A vida prosseguirá
E as árvores vão florir.
Abrirás aquela porta
E um ramo de frescas rosas
Espalhará pétalas de amor.

E os teus lábios de carmim
Vão despertar o desejo
De ribeiros sussurrantes.
Vejo prados onde o verde
Vai definindo a esperança
Daquele suave encontro
Que aguardo no fim do dia.

Aníbal José de Matos (Figueira da Foz - Portugal)

sábado, 16 de junho de 2012

Um poema para hoje

Porta fechada

Simplesmente fechada,
Cinicamente interrompido
Um ciclo de vida,
Amanhecendo ao frio cortante
Da derrocada iminente.

Chove e a porta com as trancas
Do desvario,
Anoitece e as nuvens
Cortam as algemas
Da intranquilidade.

É tarde e demasiado cedo
Para pensamentos hostis,
Porque as correntes
Da insanidade
Não deixam vislumbrar o que é evidente.

Aníbal José de Matos – Figueira da Foz - Portugal


segunda-feira, 11 de junho de 2012

Um poema para hoje


Lusco fusco


Foi ao fim da tarde
Na enseada da noite
Que descobri que queria
Viver num só dia
O que desperdicei numa vida!

Descalço de sonhos,
Órfão de sensações,
Tentei pular a cerca
Mas caí no limiar da angústia!


Aníbal José de Matos / Figueira da Foz – Portugal /
Do meu livro EMBARQUE EM SOBRESSALTO


 
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