quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Um poema para hoje

À memória de Carlos Paião
 
 
 
Tão cedo desta vida…”
Deus te levou para lá das nuvens,
Pouco depois de Artista Reformado!
Será que a Cegonha
que os bebés vinha trazer
ainda te vê
Tal como Lá Longe, Senhora?

Chorou por ti a Cinderela
Que cantaste rodeado de crianças
A viver esperanças,
Em inesquecíveis Versos de Amor !

O palco quedou-se mais vazio,
Ao teu calor seguiu-se o frio,
A cortina desceu sobre a ilusão.

Perdeu-se um médico
Rendido ao espaço cénico.

Para Paião foi curta a vida,
E o público clama:
Há quanto tempo te não vejo por aí!

Aníbal José de Matos – Figueira da Foz - Portugal

(O artista Carlos Paião, natural de Coimbra, morreu num acidente de viação em 26 de agosto de 1988. Contava apenas 30 anos)

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Um poema para hoje

Derrocada

Caminhos percorridos entre abismos,
Veredas solitárias
E medonhas ribanceiras
Onde a morte espreita e o amor se esconde.

Trilhos de miséria e de abandono,
Paredes que isolam e desencantam
Os que ainda acreditam em verdades
Ameaçadas por mentiras disfarçadas.

Dos arbustos surgem incríveis mascaradas
Como embustes a tingir dum negro atroz
Os sonhos irreais e as quimeras
De quem ainda confia nos atalhos.

Aníbal José de Matos (Figueira da Foz – Portugal – Janeiro de 2013)
 
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