Espera
Eu sei que não é tarde.
Mas estendo-te os meus braços e não vens.
Olho as montanhas, o espaço, e espero,
E tu não vens.
Fito o céu onde agora sei que moras
Mas não te vejo.
Percorro caminhos inóspitos
Para ir ao teu encontro,
Mas não te vejo.
Sofro porque o meu desejo não se cumpre
E não escutas o que peço.
Parei.
Refleti e uma voz me sussurrou:
Ela está à tua espera.
És tu que tens de subir até ao degrau
Onde te aguarda para o amplexo eterno.
Aníbal José de Matos – Figueira da Foz – Portugal (Do seu livro Embarque em Sobressalto)