sexta-feira, 27 de abril de 2012

Um poema para hoje


Se feito com amor

Nada será igual ao teu labor
se tudo o que fizeres
e todas as sementes que lançares
visarem algo construir,
um novo mundo até edificar,
... se feito com amor!

Nada será igual ao teu labor
se os caminhos que traçares
e os trabalhos que tiveres
tiverem em mente percorrer
as rotas dum novo casario,
... se feito com amor!

Nada será igual ao teu labor
se o sangue das tuas próprias mãos
for derramado por algo que o mereça,
se o por-do-sol do dia que hoje finda
der lugar ao dia de Amanhã,
... se feito com amor!

Nada será igual ao teu labor
se os sonhos que hoje acalentaste
servirem de alicerce para a obra
que teu coração idealizou,
comandando os braços que te deram,
... se feito com amor!

Aníbal José de Matos
(Figueira da Foz - Portugal) - in ESPERANÇAS.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Um poema para hoje



Lá vai na barca remando...

Mais uma maré vencida...

Quem sabe lá até quando?

Lá vai a Barca da vida!





MINHA BARCA



Ilusões, eu sei lá quantas

Vi nascer dentro de mim,

E com elas mágoas tantas

Quando chegava ao fim...

Como em mar encapelado

Cabos sem esperança dobrando,

Meu coração destroçado

LÁ VAI NA BARCA REMANDO...



Em busca d enão sei quê

Nesse além que tão distante

Minh'alma sente e não vê

Por não ter a fé bastante...

Mas rema, rema ofegante

E enceta nova subida,

e a remadas de gigante

MAIS UMA MARÉ VENCIDA...



Meu navio solitário

Que voga na imensidão,

Reflete o imaginário

Da minha ténue razão.

E busca trilhos de esperança

Que o vão alimentando,

Dominando a insegurança

QUEM SABE LÁ ATÉ QUANDO?



Mas as ilusões renascem

De quando em vez com fulgor,

Como se as marés voltassem

A trazer-me o meu Amor!

E até que um dia anoiteça

Minha esperança perdida,

Até que tal aconteça

LÁ VAI A BARCA DA VIDA



Aníbal José de Matos – Figueira da Foz – Portugal (Jogos Florais da Fuzeta - Poesia obrigada a mote - 1992)

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Um poema para hoje


Letra para um fado




Chamo!

Quero que voltes pr’a mim,

Não quero que chegue ao fim

Esta doce caminhada.

Amo!

Amo demais este amor,

Que mesmo p’ra além da dor,

Quero seguir nesta estrada.



Vem!

Ouve este meu clamor,

Não esqueças o amor

Que norteou nossas vidas.

Volta!

Regressa para os meus braços,

Vamos seguir nossos passos,

Esquecer horas perdidas.



Aníbal José de Matos (Figueira da Foz – Portugal) – De livro em preparação

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Um poema para hoje


Embarque em sobressalto


A hipocrisia domina a vivência a que resisto
Num mundo que pisa vias tortuosas.
Estranhos caminhos por estranhos mares
Convidam-me a entrar nesse navio.


Debalde se esforçam em tentar minha anuência.
Finco os pés nas curvas da estrada
Que me quer levar ao precipício.


Dolorido, evito a todo o preço
Quebrar convicções em desvarios.


Não quero embarcar nesse navio
Que é convite para duvidosos fins.
Custa viver em cenários de fantasia
Que encobrem perspectivas tenebrosas
E conduzem a um mar de tempestades.


Luto para não ceder às investidas
Dum mundo cruel e mascarado
Em que campeiam vis promessas.


Obrigado, mas não me convencem
A embarcar nesse navio
Que navega ao sabor do vento
Aproado ao mar dos sobressaltos.


Aníbal José de Matos (Figueira da Foz - Portugal), in EMBARQUE EM SOBRESSALTO (2010)


sexta-feira, 13 de abril de 2012

Um poema para hoje


ENTRE MIL ÁRVORES

Há um homem perdido entre mil árvores
Uma nuvem que paira no abismo
Uma encosta que desce ao Oceano
Uma flor voltada para o Sol
Um Céu dominando a serrania
Um mundo perdido nas vertentes
Lagos escondidos entre as dunas
Mil fontes de água cristalina.

Força, pão e natureza

Ternura, amor, realidade!

Fruto dum trabalho que é ternura
Dum homem perdido entre mil árvores.

Aníbal José de Matos (Figueira da Foz - Portugal) - 1.º prémio dos Jogos Florais do CAT Municipal da Figueira da Foz - 1971

terça-feira, 10 de abril de 2012

Um poema para hoje


"LOVE STORY"

Amo-te desde o primeiro instante em que te vi!
Invejo o mar azul
que te envolve num amplexo constante,
as ondas a embalarem-te com ternura
e a Serra que te contempla e protege,
o Mondego sussurrante que te beija!

Invejo as areias do teu leito,
o Céu e o Luar que te ilumina,
o Sol que te aquece num enlevo
e os incomparáveis poentes de feitiço!

E morro de ciumes quando à noite
as águas te murmuram ternamente
tudo quanto ambicionava mas não sei
dizer-te, meu Amor!

Quedo-me então triste e solitário
por não saber dizer-te tanta coisa!
E olho-te, a amo-te sem que saibas
o muito que te quero, te desejo!


FIGUEIRA, eu me confesso: tenho ciumes
dos que vivem o prazer do teu encanto!

Aníbal José de Matos (Figueira da Foz - Portugal) 1988

domingo, 8 de abril de 2012

Um poema para hoje

Um dia de poemas na lembrança
Que o passado inspirou.
A natureza inteira a florir
No mais prosaico verso.
Foguetes e folares,
Sinos a repicar
E a carícia lasciva e paternal
Do sol progenitor
Da Primavera.

Miguel Torga
 
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