sábado, 9 de março de 2013

Um poema para hoje


Gota de água

Tu és a gota de água
que brota de fonte imaginária
e desliza entre meus lábios sequiosos.

És o fruto por colher
no verde da descoberta.

És a verdura escondida
num seio envergonhado.

Liberta-te e foge do torpor
que te algema
a ânsia mal contida da entrega.

A neve cobre de alvura o teu rosto
mas não esconde o negrume
duma alma sem força para voar.

E a gota de água acaba por secar
perdendo-se
nas sombras da inquietude das palavras.

Aníbal José de Matos (Figueira da Foz - Portugal) 9 de março de 2013

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