sexta-feira, 3 de abril de 2009

EMÍLIA MARIA



EVOCAÇÃO
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Pudesse eu sempre assim, nas minhas ter
As tuas mãos profanas de falsário,
E formaria, então, um relicário,
Donde nunca as pudesses desprender.
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Mas eu, agora, só as posso ver,
Num sonho em fictício imaginário…
E só prolongaria o meu calvário
Julgar real o que não pode ser.
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Mas não, não quero. Nunca, meu amor!
Não quero ambicionar esse calor
Com que esqueceste as minhas num instante.
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Era todo meu passado reviver…
De que me serviria as mãos prender
Se o coração vagueia tão distante?!
Presto hoje a minha homenagem a uma poetisa figueirense, que, sobretudo pelos seus sonetos, foi figura marcante na cultura local.
Na segunda imagem, a reprodução dum dos seus originais (de que possuo uma vasta colectânea), e que "traduzo" no texto anterior.
Emília Maria (Emília Maria Bagão e Silva), nasceu na Costa de Lavos (Figueira da Foz), em 16 de Março de 1909, falecendo nesta cidade a 22 de Março de 1979, poucos dias depois de ter completado 70 anos.
Era irmão de João Bagão, guitarrista, compositor da conhecida Balada de Coimbra.
Colaborou em várias publicações, entre as quais a Gazeta de Coimbra (sob o pseudónimo de Mademoiselle X), A Voz da Justiça e O Figueirense.


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