sábado, 19 de junho de 2010

Carlos Paião


CEGONHA

Olá cegonha, gosto de ti!
Há quanto tempo, te não via por ai!
Nem teus ninhos nos telhados,
Nem as asas pelo céu!
Olá cegonha! Que aconteceu?

Ainda me lembro de ouvir-te dizer,
Que tu de longe os bebes vinhas trazer!
Mas os homens vão crescendo,
E as cegonhas, a morrer!
Ainda me lembro...não pode ser!

Adeus cegonha, tu vais voar!
E a gente sonha...é bom sonhar!
No teu destino, por nós traçado!
Leva o menino, que é pequenino, toma, cuidado!

Adeus cegonha, adeus lembranças...
A gente sonha, como crianças!
Faz outro ninho, no som dos céus!
Vai de mansinho, mas pelo caminho, diz-nos adeus!

Adeus cegonha, tu vais voar!
E a gente sonha... é bom sonhar!
No teu destino, por nós traçado...
Leva o menino que é pequenino, toma cuidado!
Leva o menino... mas tem cuidado!...

Carlos Paião


Carlos Manuel de Marques Paião, de seu nome completo, nasceu em Coimbra a 1 de Novembro de 1957, falecendo em Rio Maior, em 26 de Agosto de 1988, quando, a caminho de um espectáculo em Penalva do Castelo, sofreu um violento acidente de automóvel.
Carlos Paião, de quem ainda muito havia a esperar, era licenciado em Medicina pela Universidade de Coimbra.
Compositor, intérprete e instrumentista, Carlos Paião produziu mais de 300 canções, entre as quais Souvenir de Portugal, Eu Não Sou Poeta, Play Back, Pó de Arroz, Marcha do Pião das Nicas, Zero a Zero, Meia Dúzia, Vinho do Porto, Vinho de Portugal, O Foguete, Cinderela, Versos de Amor, Arco Íris, Lá Longe Senhora e CEGONHA, cujo poema reproduzo.

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