sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Não me acordes

Por favor não me acordes,
Não cortes os meus sonhos pela raiz,
Não me retires a tranquilidade
Dos dias que não vêm.
Não derrubes os pesadelos
Mais reais dos que a própria vida
Que me rouba os minutos
Duma hora que não surge.

Quero somente repousar
No meu leito de ilusões,
Quero sobreviver
Ante a avalancha das tormentas
Dum mar que nada tem de azul
Junto aos fragmentos duma praia
Em que o areal é feito só de sombras.

Aníbal José de Matos, 7 de Setembro de 2010

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