domingo, 18 de dezembro de 2011

Se pudesse começar de novo


Se pudesse começar de novo

Se eu pudesse começar de novo
Caminhava sobre o mar,
Erguia-me rumo às estrelas

E oferecia-te flores,

Iluminava-te o rosto

Com o vermelho das galáxias,

Salpicava-te de gotas

Desse oceano imenso.


Sonhava inspirar-me
Com a sedução do mar,

Arriscar a minha vida

Em caravelas quinhentistas,

Para que pudesse ver-te

Em ondas de volúpia,

Saltitar como os golfinhos

E beijar-te.


O mar envolve-me

E fascina-me,

As vagas acalentam

E destroem os fantasmas

Que envolvem a minha vida,
E o azul reflete-se nos teus olhos.


Se eu pudesse ver o céu

Embalava-te nas nuvens.

Quero beber deste mar

De heróis e mártires,

De sangue e de soluços,

Percorrer as entranhas

E dilatar as veias

Dessa imensidão,

Para que possa encontrar-te
E dizer quanto te amo.


Mar do meu encanto

E da minha solidão,

Se pudesse começar de novo
Mergulhava de mansinho

E navegava em barcos de papel,
Onde o desenho do teu rosto

Figurasse na proa

Duma nau imaginária.

Eu te agradeço oh mar,
Por trazeres à tona
Os meus sonhos de loucura!

Aníbal José de Matos – Junho de 2011

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