neste destino de compor silêncios
vou desenhando palavra por palavra
o teu regresso
.
um dia chegarás... um dia ...
talvez surjas de um soneto de camões
ou de uma canção de espanca ou de neruda
.
que importância tem isso, amor
se sei do teu corpo como se existisses
se continuo a incendiar de flores
os caminhos que nunca percorremos
.
mesmo quando o céu despe o seu metal azul
para dar lugar à noite recatada
é o teu nome que leio na ursa maior
tão geometricamente sem sentido
que as nuvens se afastam silenciosas
e macias como os teus cabelos de veludo
.
não, amor, nem sequer iludo os dias
se te imagino é para te ter mais verdadeira
tão impossivelmente real como este poema
que começa no desejo de te eternizar em estátua
.
eu só amo o que não tenho, amor
ajuda-me a lembrar-te como eras então
quando ainda não existias
.
é tão triste aprender que um poema acaba
quando nascem as palavras
.
Mário Jorge Meireles Moura Teixeira (mensão honrosa em poesia lírica nos XV Jogos Florais-1972-, XI Nacionais, VI Luso-Brasileiros, organizados pelo Grupo Desportivo da CUF - Barreiro - Portugal)
... Pasión y libertad
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"... no te fíes de mí, ya te lo aviso, ni me eches la culpa de mis mareas
altas ni de mis remolinos. no tiene explicación (ni se la busques) el
oleaje...
Há 21 horas
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