quarta-feira, 24 de março de 2010

Mayer Garção


A Vénus de Pedra


Por entre os ramos, entrevê-se a lua;
corta o luar as sombras do arvoredo…,
- Uma Vénus de pedra grave e nua,
no parque do castelo alveja o medo.

Nua e soberba, luminosa e pura,
é um sonho de amor que se gelou!
Nada lhe ofusca a eterna formosura.
como é de pedra, é virgem. - Nunca amou.

Envolvem-na na mesma adoração
os astros que vagueiam pelo espaço
e as folhas que se arrastam pelo chão…

Cobre-a agora da luz um raio baço…
- Mas a tranquila deusa é sem paixão,
e o seu olhar é frio como o aço.

Francisco de Sande Salema Mayer Garção

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