
Sombras
Em meu redor figuras grotescas bailam!
Não lhes diviso os contornos
Mas visões em reflexos (esquecidas).
Passado que rodopia, confuso (mas latente?)
E a minha mente estremece...
Sei que sou eu, sei que é a vida
Que volteia em ondas que olvidei
E transtornam o próprio sentido de equilíbrio.
Arrastam-se figuras de gente que passou
Com significado na minha realidade!
É sonho estranho, é pesadelo,
Será o reviver de velhos rumos
Que perpassam em crenças e ternuras!
É cortejo de súplicas e de dores,
É regresso difuso, em negativo!
Instantes ridentes se entrelaçam
Nas figuras grotescas que revolvem
Meu ego, minha alma e minha esperança!
Sombras que abraçam,
Confundem e magoam...
Será a terra a reclamar-me
E o céu a repelir a minha Fé?
É o grito de perdão da minha vida
Ou o sol a abandonar-me no ocaso?
Ou será o estertor da minha alma em sobressalto?
Aníbal José de Matos (Figueira da Foz - Portugal) - "Conflitos" (1992)
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