No outro lado
Na outra margem do rio
Em que me dizem que vives
Já não se criam raízes
Porque o vento é sempre frio.
Já não sopra a brisa quente
Em que embalavas meu ser,
Fugiu-te tanto querer
E quedaste tão diferente.
As estrelas não dão brilho
E há um Sol arrependido.
Entre nós um amor perdido
Empresta-me ares de andarilho.
Fugiste de mim, sei lá
Que razões te atormentaram,
Mas para mim já bastaram
As que o amor destruirá.
Esse amor que não o meu.
Porque há um que sobrevive
Para lá do que já tive
Sobre aquele que era teu.
Já não és minha, eu sei,
Fugiste p’rá outra margem
E só me resta a imagem
Dum amor que não morreu.
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