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Trabalho de CoraçãoEscarpas de estranho pesadelorochedos intransponíveis do receioareias movediças da nossa indecisãomiragens de esperança nos olharescatadupas de sorrisos sem fulgoralmas receosas em busca de perdãoe de carinho!Pedras tombadas de amarguracastelos de areia de promessasrugidos de longo desesperona senda de caminhos prometidos!Um mundo louco a demoliruma obra de amor a edificarpor nossos braços e nosso coraçõespara que as crianças possam ver a vidapor vidros cor-de-rosa!Aníbal José de Matos - Figueira da Foz (Portugal) 1979
Para, escuta, olha !Fugir não adiantase dentro de tia perseguição da tua alma te atormenta.A dor que sentes leva-te ao desespero.Para, escuta, olha,não em atenção aos comboiosmas ao que transportas em ti.Lembra-te:A vida é uma dádiva de Deus.Não a desperdices,sacode a poeira,e controla a distorçãoque te impede de ser feliz!Aníbal José de Matos (Figueira da Foz - Portugal) - 27 de março de 2012
Ser PoetaSer poeta é ser pessoa!É sentir lá bem no fundoQue por muito que nos doaHá que ter fé neste mundo...É ver a terra ao contrário,É cantar outras visões,É pintarmos um cenárioCom a cor das ilusões...Aníbal José de Matos (Figueira da Foz - Portugal), in CONFLITOS.
Imagem da NET
INCONSTÂNCIATeu rosto não tem a corDe ontem à tarde.Perdeu o som tua bocaQue dava conta do brilhoDe malícia que teus olhosTão ternos me murmuravam!Teu peito perdeu o arfarDa brisa da tarde quente.Teus lábios roxos contrastamCom o escarlate que queimavaMinha boca contorcidaE sequiosa!Metarmofose confusaGera o tom inconformadoDe inconstante sentimento!E ontem à tarde perdeu-seNa imprecisão do momento.Aníbal José de Matos (Figueira da Foz - Portugal)
Em DIA MUNDIAL DA POESIA
Digam lá Bati à tua porta e não abriste,Chorei por não te ver e não ligaste,Cantei na tua rua e não me ouviste,Esperei por ti e não passaste.Sentei-me no rebato à tua espera,Depois corri sem saber para onde ia,E o ver-te não passou duma quimera,Apenas foi comigo a nostalgia.E quedou-se sem amparo a minha dor,Este pranto profundo de sofrer.E digam lá se não se chama amorEsta mágoa por tanto te querer!Aníbal José de Matos (Figueira da Foz – Portugal) Publicado no livro “Embarque em Sobressalto” e selecionado para a III Antologia de Poetas Lusófonos.
Primavera, eu te saúdoEi-la, estação bonita e ansiadaCom hinos de louvor à Natureza!Ei-la, dengosa e oferecida,Motivando amores e sonhos d'ouro!Ei-la, rejuvenescida e bela,Pulsando vida, envolta em pétalas!Ei-la, primavera suave e apetecida,Mensageira do sol e da ternura!Ei-la, sadia e desejada,Cobrindo nosso peito de prazer,Renovando o sabor de mais um dia!Eu te saúdo, bem-vinda primavera.Aníbal José de Matos (Figueira da Foz - Portugal) - 1988
TRILOGIAAranha - abelha - formiga,trabalho, canseira, fadiga,lenda, ilusão ou verdade,sorte, desgraça, uma vidana teia que ateia a cidade...Aranha que mata, que vive, que morre,que trilha o caminho segurocuidando atenta o futurobem duro!Aranha - abelha - formiga,trabalho, canseira, fadiga,a sorte, o amor e o pão,que o mel transforma em condão!Zangãos, obreiras, rainhas, vitórias fechadas, rotundas,belezas em terras imundas,fecundas!Aranha - abelha - formiga, trabalho, canseira, fadiga,inverno escondida, verão descoberta,luta heróica por sorte tamanha...Não ao descanso, olhos alerta,formiga que és e o mundo admira.Que a vida é bem dura a si se convence,dá conta do fado que bem lhe pertencemas vence.Aníbal José de Matos - Figueira da Foz - Portugal (1965)
A UMA CRIANÇATu que és vida!Que brincas e que ris,E a tudo que é nada dizes nada!Tu que saltas e que chorasE ainda ris!Que lesto corres e saltitas,Que colhes borboletas e as soltasP'ra que vivam!Que pulas de flor para florEm busca das abelhas que são vida!Que és alheio à dor e à incerteza,... VIVE!Aníbal José de Matos (Figueira da Foz - Portugal) 1973
Olhos CastanhosInvade-me o vazio,A nostalgia traz consigo o cinzentoDas manhãs envoltas em silêncio.Os dias arrastam-seNo limiar das noites doentias...Apenas uns olhos castanhos,Refletindo a imagem da saudade,Me amparam e dão coragem p'ra seguir.Aníbal José de Matos (Figueira da Foz - Portugal) - 1991
SombrasEm meu redor figuras grotescas bailam!Não lhes diviso os contornosMas visões em reflexos (esquecidas).Passado que rodopia, confuso (mas latente?)E a minha mente estremece...Sei que sou eu, sei que é a vidaQue volteia em ondas que olvideiE transtornam o próprio sentido de equilíbrio.Arrastam-se figuras de gente que passouCom significado na minha realidade!É sonho estranho, é pesadelo,Será o reviver de velhos rumosQue perpassam em crenças e ternuras!É cortejo de súplicas e de dores,É regresso difuso, em negativo!Instantes ridentes se entrelaçamNas figuras grotescas que revolvemMeu ego, minha alma e minha esperança!Sombras que abraçam,Confundem e magoam...Será a terra a reclamar-meE o céu a repelir a minha Fé?É o grito de perdão da minha vidaOu o sol a abandonar-me no ocaso?Ou será o estertor da minha alma em sobressalto?Aníbal José de Matos (Figueira da Foz - Portugal) - "Conflitos" (1992)
ApeloBetoneiras, guindastes, parapeitosem janelas, nesgas descuidadas...Escadas erradas, de serviço, sol que não dominaa nuvem atrevida que não passa!Paralelepípedos destroças de pés que vão descalços,feridos, contorcidos, doloridos,fugidos à polícia que os persegueagarrada à postura que não permite pés despidos de sapatos...mas não contém uma cláusula de auxílio p'r'ós calçar...Betoneiras que amassam o cimentoda cidade perdida no abismode milhões de vícios, de drogas, de negra podridão...Guindastes que sobem às alturasdas misérias que todos pressentimos!É proibido cuspir para o chão... onde até os que proíbem cospem mesmo...É preciso trabalho, projetem-se organigramasque controlem betoneirase conduzam os guindastes às alturas ideais...Que calcem os descalçose eduquem os que conspurcam o chão desta cidade!Aníbal José de Matos (Figueira da Foz - Portugal), no livro ESPERANÇAS
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