em Angola,
onde nasceu Joaquim Pedro Arroja Júnior
.
Nêguinho Graxadô
Quem qué graxá...
vai nêguinho graxadô
da cô da graxa qui tem
sempre a gritá:
Quem qué graxá... á... á?
Vai alma pênada
subir calçada
decê venida
corrê rua fora
como flô vencida
n'auga caída
do riacho a soluçá:
quem qué graxá... á... á?
"- Siô dõtô vem só graxá
os sapatinho
fica mesmo a briá".
Mas siô dòtô
não qué graxá
sapatinho dele
E o nego coitado
não fica desanimado
diz: hê... hê... hê...
não faz male
fica poutro dia
e lá vai alma pênada
subir calçada
corrê rua fora
e hê... hâ... hê...
mostrando os dentes brancos
e os oitos a briá
e sempre a gritá
quem qué graxá... á... á?!
Arroja Júnior (Joaquim Pedro Arroja Júnior), poeta angolano.
Com 7 anos foi para o ex-Congo Português e, depois do curso liceal, veio para o continente, onde cursou engenharia civil na Faculdade de Engenharia do Porto.
Publicou os livros Imo (1956), Flores Negras (1954) (de que faz parte o poema acima transcrito), Livro dos Finalistas de Engenharia (1959) e Koringa (1960).
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