Desejo estranho
A ideia do teu corpo branco e amado,
Beleza escultural e triunfante,
Persegue-me, mulher, a todo o instante,
Como o assassino o sangue derramado.
Quanto teu corpo pálido e sagrado
Abandonas do leito, palpitante,
Quem jamais contemplou em noite amante
Tentação mais cruel, tom mais nevado?
No entanto, - louco, excêntrico desejo!
Quisera às vezes que a dormir te vejo,
Tranquila, inerme, branca, unida a mim.
Que o teu sangue corresse de repente,
Fascinação da cor! – e estranhamente
Te colorisse o pálido marfim.
Gomes Leal
Beleza escultural e triunfante,
Persegue-me, mulher, a todo o instante,
Como o assassino o sangue derramado.
Quanto teu corpo pálido e sagrado
Abandonas do leito, palpitante,
Quem jamais contemplou em noite amante
Tentação mais cruel, tom mais nevado?
No entanto, - louco, excêntrico desejo!
Quisera às vezes que a dormir te vejo,
Tranquila, inerme, branca, unida a mim.
Que o teu sangue corresse de repente,
Fascinação da cor! – e estranhamente
Te colorisse o pálido marfim.
Gomes Leal
António Duarte Gomes Leal , de seu nome completo, foi um poeta e crítico literário português. Nasceu em Lisboa a 6 de Junho de 1848, ali falecendo em 29 de Janeiro de 1921.
Publicou, entre outras obras, A Fome de Camões, O Tributo do Sangue, A Canalha, Claridades do Sul, A Traição, O Renegado, A Morte do Atleta, História de Jesus para as Criancinhas Lerem, Troça à Inglaterra e A Senhora da Melancolia.
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