sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

FLORBELA ESPANCA


Perdi os meus fantásticos castelos
Como névoa distante que se esfuma…
Quis vencer, quis lutar, quis defendê-los;
Quebrei as minhas lanças uma a uma!

Perdi minhas galeras entre os gelos
Que se afundaram sobre um mar de bruma…
- Tantos escolhos! Quem podia vê-los?
Deitei-me ao mar e não salvei nenhuma!

Perdi a minha taça, o meu anel,
A minha cota de aço, o meu corcel,
Perdi meu elmo de oiro e pedrarias…

Sobem-me aos lábios súplicas estranhas…
Sobre o meu coração pesam montanhas…
Olho assombrada as minhas mãos vazias…

Florbela Espanca

Florbela Espanca, natural de Vila Viçosa, onde nasceu a 8 de Dezembro de 1894, faleceu em Matosinhos, no dia em que completou 36 anos (8 de Dezembro de 1930).
De seu nome completo Flor Bela de Alma da Conceição, foi uma poetisa portuguesa de referência no meio cultural português. Teve uma vida extremamente difícil, com muito sofrimento que transpôs para a poesia que patenteia muito da sua vida íntima.
Os seus versos transmitem nostalgia, amor, e uma indescritível expressão apaixonada e sofrida por tudo que a rodeou, mas simultaneamente de intensa solidão.
Entre muitas obras, publicou Livro de Mágoas, Livro de Sóror Saudade e Charneca em Flor.
O seu soneto mais conhecido intitula-se AMAR (Eu quero amar, amar perdidamente!/ Amar só por amar: Aqui...além.../(...)

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