terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

POESIA


Carnaval

(A outra máscara)


Desliza a mascarada impetinente

Num grotesco cortejo de figuras

Ecoam gargalhadas de sarcasmo

Ao longo de infindável aveniva.


Rasgam-se bocas em riso desmedido

E voam serpentinas de utopia.

E só da ingenuidade das crianças

Sopra forte uma alegria genuína.


E enquanto a fantasia permanece

Nos três dias de estranho carnaval,

Escondem-se verdades dolorosas

Com máscaras de morte a balançar

Em rostos que perecem pela fome!


Na outra margem

O desespero imola-se pelo fogo.


Aníbal José de Matos, em "CONFLITOS" (1992)

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