
CARNAVAL
(A OUTRA MÁSCARA)
Desliza a mascarada impenitente
Num grotesco cortejo de figuras.
Ecoam gargalhadas de sarcasmo
Ao longo de infindável avenida.
Rasgam-se bocas em riso desmedido
E voam serpentinas de utopia.
E só da ingenuidade das crianças
Sopra forte uma alegria genuína.
E enquanto a fantasia permanece
Nos três dias de estranho carnaval,
Escondem-se verdades dolorosas
Com máscaras de morte a balançar
Em rostos que perecem pela fome!
Na outra margem
O desespero imola-se pelo fogo.
Aníbal José de Matos (Figueira da Foz - Portugal), do livro de sua autoria, CONFLITOS.
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