sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Um poema para hoje


A Uma Mulher

Joelhos em terra, aquele vulto escuro
Todas as tardes, àquela mesma hora,
Chora junto à campa aquele amor tão puro
Que no seu peito eternamente mora.

Relembra tantos anos de ventura
Sonhada para uma eternidade
Que mesmo além da morte 'inda perdura
A lembrança de tanta felicidade.

São lágrimas sentidas, que choradas
Pela perda de horas já passadas
Num mundo a dois tão cedo interrompido,

Vão queimando aqueles olhos de mulher
Que junto a si um dia viu morrer
A única razão de ter vivido!

Aníbal José de Matos (Figueira da Foz - Portugal) - 1978

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