
A Uma Mulher
Joelhos em terra, aquele vulto escuro
Todas as tardes, àquela mesma hora,
Chora junto à campa aquele amor tão puro
Que no seu peito eternamente mora.
Relembra tantos anos de ventura
Sonhada para uma eternidade
Que mesmo além da morte 'inda perdura
A lembrança de tanta felicidade.
São lágrimas sentidas, que choradas
Pela perda de horas já passadas
Num mundo a dois tão cedo interrompido,
Vão queimando aqueles olhos de mulher
Que junto a si um dia viu morrer
A única razão de ter vivido!
Aníbal José de Matos (Figueira da Foz - Portugal) - 1978
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