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Ainda bem que viesteChegaste em fim de tarde de acalmiaQuando mal despontava a primavera,e já o amor em meu peito era utopia,Vergado sob o carrego da espera.Surgiste como barco no horizonteA quem se acena com lenços de esperança,Serias o brotar de nova fonte,Aliciante brinquedo de criança.Mas se vieste apenas de passagem,Alimentar minh'alma de coragem,P'ra que de novo vivesse sonho lindo,Quero dizer-te, Amor, sem ironia,Mesmo sabendo perder-te algum dia,Foi bom que mesmo assim tivesses vindo!Aníbal José de Matos (Figueira da Foz - Portugal)
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